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22 abril 2009

Expandindo os horizontes (ou melhor, distâncias)

Mais uma vez: quanto tempo você levaria para fazer o seguinte trajeto de carro?


Exibir mapa ampliado

Fiz isto de bike esta manhã... E pela primeira vez ultrapassei os 25 kms de distância "em ritmo de dia útil" (já percorri distâncias maiores, mas em ritmo de passeio).

Resumo do percurso: 28.1 Kms percorridos em 1h15m (desconsiderando tempo parado em semáforos, etc), com velocidade média de 22.4 Km/h e máxima de 49 Km/h. Nenhum pneu furado ou outros incidentes. Mas fiquei bem cansado na subida da rua Vergueiro!

Ah, um alô para o Alexandre, mais um ciclista paulistano, que tive o prazer de encontar (novamente) nas ruas hoje!

20 dezembro 2008

Jingle Horns

E mais uma vez, depois de um loooongo tempo sem atualizações neste blog, voltei aqui para expressar algumas opiniões sobre os últimos dias, e as consequências das mudanças em nossas rotinas nessa época do ano.

Para começar, uma confissão: nesta última semana, tomei uma "goleada" do trânsito de São Paulo. Por motivos diversos, mas presentes nos cinco dias desta semana, não usei minha bicicleta para as idas e vindas pela cidade nem um único dia! Não fosse dois dias em que isto não trouxe maiores consequências, nos outros três (justamente a quarta, quinta e sexta-feiras) me arrependi profundamente de não poder estar sobre minha magrela, driblando o trânsito como faço sempre. Dentre os motivos para deixar a bike parada esta semana, estão mudanças nos roteiros e horários (com duas festas de confraternização de final de ano) e também a necessidade de transporte de objetos que não podiam ser acomodados em minha mochila (cestas de natal). Bem... para ambos os problemas, a solução existe e é simples. E logo devo colocar em prática a primeira delas, simples e barata: um bagageiro (garupa) na minha mountain bike, para poder levar um pouco de carga na bicicleta quando for necessário.

Voltando a falar do trânsito de São Paulo, queria deixar claro como eu odeio esse "turismo sazonal natalino" desta cidade!!! Dos três locais mais visitados (Avenida Paulista, Árvore Gigante / Parque do Ibirapuera, e rua Normandia, dois deles estão diretamente nas minhas opções de caminho casa/trabalho/casa! Nesta época do ano, é necessário muita paciência para aguentar os reflexos causados no trânsito pelas pessoas que vão a estes locais para ver a decoração de natal. Além de mais carros e pessoas circulando por estes lugares, os motoristas ainda dirigem mais lentamente, chegando a simples 20km/h (a mesma velocidade MÉDIA dos meus deslocamentos de bicicleta por São Paulo!), isso quando não param em fila dupla, sobre as calçadas, faixas de pedestre, etc...

Aliás, infrações a parte, como os motoristas de São Paulo as comentem a todo momento, impunemente! Pude comprovar isto também nesta semana, pegando algumas caronas, passando por locais e horários diferentes dos usuais, e também "exercitando minha paciência" dentro de algum ônibus enquanto voltava para casa. É um verdadeiro show de infrações: conversão proibida, ultrapassar farol vermelho, trafegar em faixa exclusiva para ônibus, falar ao celular, parar ou estacionar em local proibido, etc... E cada uma destas infrações contribui para que o trânsito da cidade fique cada vez mais bagunçado. Sei que para este ano não há mais o que fazer, mas talvez para o ano que vem a CET possa se programar para aumentar o efetivo de fiscais de trânsito nas ruas também no período noturno nesta época do ano, dando atenção aos grandes corredores da cidade, e não apenas nos locais onde há aglomeração de pessoas para as tão amadas e odiadas decorações natalinas (ao menos estes locais já contam com fiscalização satisfatória).

24 abril 2008

De bike, te deixo comendo poeira!

Essa vai especialmente para quem (ainda) não acredita que a bicicleta é um meio de transporte mais rápido que os carros na capital paulistana.

Cenário: Terça-feira, 22 de Abril de 2008, por volta das 19:30 hrs. Saio do prédio onde estou trabalhando, já vestindo a roupa "esporte", para voltar para casa com minha bicicleta bike, como tenho feito quase todos os dias (poucas exceções). Mas nesta data será necessário um pequeno "desvio", pois preciso passar na Cidade Universitária entregar um documento...

Quanto tempo você acha que demoraria para fazer o seguinte caminho de carro, no mesmo dia/horário?


Este é um caminho semelhante ao que fiz de bike (as principais ruas e avenidas). Algumas diferenças existem pois a bike pode utilizar passagens acessíveis apenas para pedestres - e ciclistas!

Bem... não sei quanto tempo você demoraria de carro, mas acho bem plausível supor que não seria menos de uma hora - talvez até 1h30m a 1h45m... Bem... com minha bike fiz esse caminho (com pequenas diferenças, como já explicado) em uma hora e dez minutos, incluindo aí o tempo no destino intermediário para entrega do documento. Foram um total de 19,85 kms percorridos em 1h02m, com velocidade média de 19,2 km/h, mesmo com tooodos aqueles carros parados no trânsito e atrapalhando meu caminho!

Seu carro tem computador de bordo? Veja nele qual a sua velocidade média no caminho casa/trabalho/casa, e deixe um comentário aqui! E se você tiver uma bicicleta em casa, faça um teste, vá em uma manhã de domingo da sua casa até o trabalho, veja quanto tempo você demora, como é o caminho, e o quão prazeiroso é poder se deslocar em silêncio, sem poluir, sem ficar preso no trânsito e mantendo seu corpo em forma!

16 março 2008

Está na cara, mas a população se recusa a abrir os olhos...

Resolvi colocar aqui alguns trechos de reportagens publicadas na Folha Online neste final de semana:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u382392.shtml

Virou lugar-comum a reclamação de que, no trânsito de São Paulo, são raras as opções para escapar dos engarrafamentos, que vão dos grandes corredores às vias menores. Mas há um grupo de paulistanos para quem nem sequer existe esse dilema de ir por aqui ou por ali. Eles vivem ou trabalham num beco sem saída. As longas filas de carros chegam à porta da casa ou do escritório. Às vezes, até dentro.
"Já peguei trânsito inclusive no quinto subsolo da garagem para sair para a rua. Fiquei 15 minutos esperando. Daqui a pouco, vai ter marronzinho no estacionamento", afirma o administrador Alan Falkas, 33.
Devido ao congestionamento diante do trabalho, na Vila Olímpia, ele já levou mais de meia hora "só para fazer meia volta no quarteirão". Costuma perder 50 minutos nos quatro quilômetros da volta para casa, no Brooklin (zona sul). A pé, se deslocaria com mais rapidez.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u382404.shtml
O ritmo de crescimento da frota da cidade de São Paulo triplicou nos últimos anos. Em fevereiro de 2008, a média superou mil veículos a cada dia. Esse patamar de novos carros, motos, ônibus e caminhões é suficiente para, em uma única semana, ocupar todas as faixas da avenida Paulista inteira. É por isso que não há, segundo especialistas, como fazer obras viárias que possam compensar a entrada de tantos automóveis na capital paulista. A frota já passou de 6 milhões, praticamente um veículo a cada dois habitantes.

Enquanto isso, a solução para os congestionamentos, poluição, e até para obesidade e doenças do coração:

http://www.youtube.com/watch?v=ou9jODJFgnk

22 fevereiro 2008

É, esse trânsito...

Sábado, 16 de Fevereiro, 13:00



Quinta-Feira, 21 de Fevereiro, 22:30

18 agosto 2007

Uma nova rotina... recheada de trânsito!

E aqui estou eu mais uma vez escrevendo um post após um loooongo tempo sem atualizações no blog! Bem, meus motivos para esta falta de atualizações eram inicialmente a falta de um assunto para ser comentado, e mais recentemente a falta de tempo disponível para comentar os novos assuntos! Mas como hoje é sábado, tenho tempo para escrever aqui as “últimas notícias”!

Nova rotina
A partir deste mês de Agosto tenho uma nova rotina. Estou trabalhando em um novo projeto, para um novo cliente e em uma área da empresa distinta da responsável pelo projeto anterior. E com todas estas mudanças, é bem fácil imaginar que também tenho um novo local de trabalho e novos horários de entrada e saída (para maximizar o tempo com os demais colegas do novo projeto). Todas estas mudanças têm seus pontos positivos e negativos. Mas o que eu realmente quero comentar (pois tem mais a ver com o que eu costumo escrever aqui) é sobre o local e horário de trabalho, e as consequências da “soma” destes dois pontos:

Bem, meu novo local de trabalho fica na avenida Brigadeiro Faria Lima, próximo ao cruzamento com a avenida Juscelino Kubitschek, e o horário de trabalho é entre 8:00 e 17:30 hrs. As consequências disto são que no meu horário de saída do trabalho, aquela região está totalmente “travada”, com um trânsito horrível em todas as principais ruas e avenidas da região (ainda não encontrei uma opção menos congestionada), bem como uma grande saturação nas linhas de ônibus municipais que atendem aquela região e vêm em direção à minha residência, na Vila Mariana (sem esquecer que estes mesmos ônibus “lotados” também estarão presos no trânsito)!

Bem... com os pontos apresentados, vocês já podem imaginar que para voltar para casa usando transporte coletivo, como eu costumo fazer, eu estava tendo que enfrentar viagens desconfortáveis com duração próxima de uma hora (quando não ultrapassavam este tempo) até chegar em casa, mesmo estando o atual local de trabalho mais próximo da minha residência do que o anterior! Isto me levou a uma nova (e um tanto radical) solução para evitar este trânsito e os aborrecimentos apresentados). Não, não estou falando de utilizar uma das minhas bicicletas para ir ao trabalho... eu adoraria já poder estar utilizando elas, mas ainda não consegui encontrar um local seguro para deixar a bike e me trocar (preferencialmente com uma ducha) antes de iniciar a jornada de trabalho.

A solução que eu encontrei foi encarar os 5 kilômetros que separam o trabalho de minha casa a pé! Sim, a pé mesmo! De manhã, os problemas que eu mencionei não são graves, ainda há um pouco de trânsito e ônibus cheios, mas nada “absurdo”. Já de tarde, evito o trânsito e lotação dos ônibus levando em minha mochila um par de tênis, bermuda e camiseta. Troco de roupa rapidamente após sair do trabalho, e uma hora após sair do trabalho já estou em casa, não importando se o trânsito está melhor ou pior naquele dia!

Veja no gráfico abaixo o roteiro e os tempos parciais e totais em alguns pontos do caminho:


Caminhando de volta para casa, eu mantenho minha saúde em dia, não passo por aborrecimentos ou stress dentro de um ônibus lotado e parado no trânsito de São Paulo, vejo novas ruas, pessoas e locais sob um ponto de vista, e ainda economizo e colaboro com o meio ambiente, por deixar o carro em casa!

Se você trabalha próximo da sua residência, verifique a distância e experimente esta opção algum dia! Ah! Também não se esqueça das bicicletas, uma opção ainda melhor de transporte para a cidade de São Paulo!

10 julho 2007

Gilmerto Dimenstein também concorda!

Reprodução da coluna do Gilberto Dimenstein na Folha Online, em 10/07/2007.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult508u310578.shtml


Dia sem carro é bobagem?
da Folha Online

Uma série de entidades está promovendo para o dia 22 de setembro, em São Paulo, uma manifestação para comemorar o Dia sem Carro. Até agora, esse dia tem sido, no Brasil, um fracasso, apontado como uma bobagem de seres alternativos.

Neste momento, estou no Estados Unidos e vendo o que está acontecendo aqui, posso dizer que, mais cedo ou mais tarde, esse dia vai ser reverenciado como uma marca de cidades mais civilizadas.

Falo isso porque tomei contato com medidas lançadas pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, as quais o fariam ser linchado se estivesse no comando de qualquer cidade brasileira. Ele determinou, na marra, que os taxis sejam menos poluentes, quadruplicou a área das ciclovias e, para complementar, prometeu cobrar R$ 16 para cada carro que circular em Manhattan.

Não só o prefeito está popular, como, por aqui, fala-se que ele deverá lançar sua candidatura para a Casa Branca, montado na idéia da preservação ambiental. Já sabemos que, mais cedo ou mais, as maiores cidades brasileiras vão entrar em colapso por causa do trânsito. E só uma questão de tempo.

O que Nova York está demonstrando é que quando o eleitor percebe que medidas impopulares podem ser desagradáveis mas fazem sentido para o bem coletividade, o administrador apanha no início e, depois, acaba respeitado.

Para a eleição que se aproxima, os candidatos a prefeito das regiões metropolitanas poderiam ver as luzes de Nova York, assim como as de Londres, Paris e Estocolmo, onde seus prefeitos não tiveram medo de brigar com os automóveis em nome da civilidade.

01 julho 2007

Eu já sabia... (infelizmente)

Notícia que eu li nesta semana, e que confirma um ponto que eu havia comentado com colegas da faculdade sobre a invasão que estava em andamento na Reitoria da USP:

Notebooks e monitores foram furtados da reitoria, afirma USP
(...)
Em entrevista à Rádio Eldorado na quarta (27), a reitora Suely Vilela disse que 46 computadores foram violados, dos quais somente 13 poderão ser recuperados. Além de terem sido formatadas, faltam peças em algumas máquinas. "Não há o que comemorar. A instituição foi duramente ferida na sua integridade. O sentimento agora é uma mistura de indignação e melancolia."

Foram registrados furtos de quatro notebooks e 13 monitores, além de projetores, impressoras e scanners. "Os danos não materiais, de documentos históricos por exemplo, ainda vamos apurar." Suely assinou um compromisso de não-punição dos alunos, mas disse ontem que só os atos caracterizados como "de greve ou protesto" não serão punidos.

A pró-reitoria de Graduação foi um dos departamentos mais afetados. Dos 13 computadores de lá, apenas um está funcionando. A pró-reitoria está usando máquinas emprestadas pela Fuvest. "Sumiram dicionários e um laptop", diz uma funcionária.
(...)

Para minha decepção, os alunos desocuparam a Reitoria da Universidade espontaneamente. Deveriam ter experimentado o gosto da pimenta, gás lacrimogênio e cassetetes da Polícia Militar!

10 junho 2007

Ares do Interior...

Para quem não sabe, estou no interior do estado curtindo umas férias... Estou aproveitando a oportunidade para fazer alguns passeios de bicicleta pelas estradas vicinais que saem daqui da cidade.

As fotos neste post são de um passeio que fiz nesta manhã até a ponte na estrada para o bairro Aimoré - 18 kms de pedalada em 50 minutos, com uma breve pausa sobre a ponte-objetivo. Passeio realizado copm minha bicicleta speed, uma Caloi Strada.

28 maio 2007

Anti-populismo!

Fica expressa aqui a minha indignação contra Hugo Chávez, presidente (?) da nossa vizinha Venezuela, que vem dia após dia demonstrando sua faceta de ditador, além do seu lado populista já conhecido por muita gente (e que não é sua exclusividade...).
 

Hugo Chávez, Lula e Evo Morales... filhotinhos de Fidel Castro, um trio de "paus mandados" que não sabem o que fazem!

15 maio 2007

Intolerância e motoristas

Bem, para começar já aviso que desde esta segunda-feira estou resfriado, inclusive tive febre hoje à tarde, e talvez por isso eu esteja um pouco mais intolerante com algumas coisas...

Acabei saindo um pouco mais cedo do trabalho. Ruas mais cheias, mais gente voltando para casa naquele horário, e mais pessoas suspeitas "paradas nas esquinas" das quais eu sinceramente gostaria de poder livrar o mundo de sua existência! Também haviam mais camelôs com suas barracas - que dariam uma bela fogueira! - pelo menos assim que o show pirotécnico terminasse, elas não atrapalhariam mais a circulação dos pedestres nas calçadas.

Ah, mas os problemas não são exclusivos das calçadas, eles também estão no asfalto! Ora são os motoristas "profissionais", que são os que mais cometem abusos como dar fechadas ou atrapalhar o trânsito dos outros, ou ainda um ou outro caso isolado de motoristas particulares que seguem a linha de algum esteriótipo de motorista. Aí vão alguns exemplos:

Motorista profissional 1: O motorista de ônibus. Quando quer mudar de faixa, ele MUDA! Os outros veículos que se virem pra abrir espaço para ele e não serem atingidos... Ah, e aquele ciclista que estava circulando a 25 km/h na direita da via? Parece que a norma diz "ultrapasse ele, dê uma fechada e faça ele parar atrás de você enquanto os passageiros embarcam e desembarcam - nesse tempo ele poderá se recuperar do susto que você deu nele!". Um detalhe que notei hoje é que os novos ônibus articulados que estão circulando por São Paulo são absurdamente potentes, apresentando uma aceleração (e consequentemente velocidade) incompatíveis com a segurança que os passageiros precisam ter! Uma pessoa em pé dentro de um coletivo desses precisa se segurar muito bem para não cair, especialmente se ela estiver na área daquelas horríveis escadas que existem dentro destes novos ônibus!

Motorista profissional 2: O taxista. Muitas vezes não se preocupa em procurar um recuo ou vaga livre para parar enquanto seu passageiro embarca ou desembarca. Mas o que eu acho um absurdo é o que alguns taxistas fazem diariamente na frente do Conjunto Nacional, na Av. Paulista. Após as 20:30, eles param na faixa de ônibus para ficar esperando por passageiros, e por isto o comecinho da Av. Paulista está sempre complicado neste trecho!

Esteriótipo de motorista particular 1: O playboy. Carro com insul-film (película nos vidros) mais escuro que o permitido, escapamento esportivo, e sempre costurando no trânsito, chegando ao cúmulo de cruzar duas faixas de rolamento, inclusive na frente de ônibus, para pegar o outro ramo de uma bifurcação... Qualquer dia toma uma "pancada" e não sabe porquê!

Esteriótipo de motorista particular 2: O inexperiente. Imagine a cena: farol vermelho, poucos carros parados, e uma ambulância se aproximando. Antes que a ambulância chegue aos carros, o farol abre. O motorista do carro da faixa da esquerda, por onde a ambulância está vindo, se preocupa em liberar a faixa para ela. Mas como fazer isso? Bem... o correto seria acelerar rapidamente, e mudar de faixa quando houvesse espaço, correto? Mas neste caso, o/a motorista do carro resolveu apenas mudar de faixa! Não tomou uma "pancada" pois o/a motorista do carro que tomou a fechada teve reflexo rápido o suficiente para evitar isto.

É cada coisa que se vê nesse mundo...

12 abril 2007

Atualização merecida no Blog!

Depois de um boooom tempo sem escrever por aqui, resolvi parar por um tempinho para escrever sobre as últimas novidades neste blog. Lá vão elas!

Anúncio de emprego: Vi uma pequena faixa na porta de uma loja: "Precisa-se de ciaxa com experiência" (sic). Até hoje não consegui chegar a uma conclusão sobre o erro óbvio de ortografia: Será que o dono da loja era analfabeto e não sabia o quão errado estava seu banner? Será que foi alguma brincadeira de alguém que estava passando pela rua, e trocou as letras adesivas do banner de lugar? Enfim...

Edit: Mais "analfabetismo": Está entre aspas pois vou falar sobre uma palavra em inglês, e ninguém é obrigado a dominar esta língua - mas nos tempos atuais, diria que isto é essencial! Enfim... Uma caminhonete toda adaptada para fazer trilhas tem vários adesivos na sua parte traseira. Entre eles se destaca um: "Routh 66"! (sic) Neste caso, não só quem fabricou o adesivo, mas quem o revendeu e também quem o comprou e exibe o mesmo em seu veículo atestam o desconhecimento do idioma.


Como deveria ser o adesivo...


Viagem: Neste feriado da Páscoa, após três meses sem ir para lá, fui novamente para minha cidade natal (Presidente Venceslau, no interior do estado de São Paulo). E pela primeira vez fiz esta viagem com meu "novo carro velho", um Gol 1.0 1997. A viagem foi super tranquila na ida, graças ao horário que costumo sair de São Paulo para estas viagens (5:00 da manhã), e o carro se comportou muito bem. Inclusive, nesta viagem pude comprovar a melhora que houve no consumo após a troca dos bicos injetores de combustível do carro: consegui uma média de 12,7 km/l neste trecho (ida) da viagem, usando álcool como combustível! Uma excelente média!
A volta para São Paulo também foi sem problemas, apenas mais trânsito nas estradas, alguns caminhões lentos diminuindo o ritmo da viagem, e alguns trechos de congestionamento, próximos de Ourinhos, Boituva e Sorocaba. Ah! Aproveitei o sábado do feriado para lavar o carro... ele estava precisando, hehehe! Após limpo, o golzinho também ganhou um novo conjunto de frisos nas laterais, do modelo utilizado no Gol geração 3 "B", que serviram muito bem no Gol bolinha!


Bicicleta: Se antes minha meta era utilizar a bicicleta todos os dias da semana para ir e voltar do trabalho, agora eu não desejo mais isto... Mas calma, o problema não é com a bicicleta! O que aconteceu é que eu, que já sou uma pessoa magra (e sem gordura no corpo para ser "queimada"), estava perdendo massa muscular devido ao aumento da atividade física, por estar utilizando a bicicleta até quatro dias em uma semana (nos dias úteis), juntamente com a alta intensidade desta atividade (pois eu não ando "devagarzinho" na rua, especialmente em ruas mais movimentadas). Quando vi na balança que eu estava perdendo peso (ou melhor, passando por um processo de catabolismo - o oposto do anabolismo), passei a tomar alguns tipos de cuidados para reverter isso, entre eles a ingestão de suplemento hipercalórico duas vezes ao dia, um maior "auto-policiamento" para não ficar muito tempo sem ingerir nada (especialmente entre o almoço e a janta), bem como definir que sempre haverá um dia de descanso entre os dias "da bicicleta", ou seja, basicamente vou usar a bicicleta nas segundas, quartas e sextas-feiras, deixando os demais dias da semana para o corpo descansar e se recuperar. Ocasionalmente ainda pode acontecer um pedal no final de semana, mas sem exageros na distância e intensidade.

Bem, por enquanto acho que é isto! Sei que outras coisas aconteceram durante este período, mas o que merece (e pode) ser postado aqui é isso! ;-)

02 março 2007

Em Fevereiro de 2007, já temos carros modelo 2008!

Como eu já disse nesse blog, odeio essa tática de criar versões "prematuras" que as montadoras têm utilizado em seus carros das faixas mais competitivas. Em pleno mês de Fevereiro de 2007, duas montadoras já lançaram carros com modelo 2008!


Será que lá por Novembro ou Dezembro de 2008, já teremos um carro modelo 2010? Se essa moda continuar...

23 fevereiro 2007

Worst Album Covers

Uma coletânea com algumas das piores capas de disco já criadas...



http://www.coverbrowser.com/image/worst-album-covers/

18 fevereiro 2007

Sequestro pelo telefone

A revista Veja publicou uma excelente matéria sobre os "sequestros virtuais", que estão acontecendo no Brasil nos últimos anos. É uma leitura que recomendo a todos, para saber como estes bandidos agem, e evitar se tornar mais uma vítima deste golpe. Ajude a divulgar estas informações e ajudar a acabar com (mais) esse tipo de crime que temos no Brasil!

Link original: http://veja.abril.uol.com.br/210207/p_038.shtml

Terror pelo telefone
O golpe do falso seqüestro, aplicado por bandidos de dentro dos presídios, se espalha pelo país. É mais uma prova de que o Brasil está de joelhos diante do crime
Juliana Linhares

O vergonhoso rol de crimes-que-só-existem-no-Brasil (onde estão listadas, entre outras criações autóctones, o arrastão carioca e o seqüestro-relâmpago) agora inclui mais um item: o disque-seqüestro. A modalidade – em que presidiários munidos de celular extorquem pessoas de boa-fé convencendo-as de que têm em mãos seus filhos ou cônjuges – disseminou-se por todo o país nos últimos meses. É a prova da inépcia do Estado brasileiro, que não consegue coibir crimes e ilegalidades flagrantes nem nas suas próprias dependências. Em 2006, só nas cidades de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, quase 10.000 pessoas declararam à polícia ter sido vítimas do golpe. Levando-se em conta que o número de casos não registrados é até quatro vezes maior do que o de notificados – e que há registros crescentes de ocorrências também no Ceará e na Bahia –, pode-se concluir que o disque-seqüestro atingiu níveis epidêmicos. Na segunda-feira passada, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, a aposentada Mércia Mendes de Barros, de 67 anos, sofreu um infarto depois de receber uma ligação de um telegolpista. Ela atendeu ao telefonema de um homem que dizia ter seqüestrado seu filho e que pedia 60.000 reais para libertá-lo. Enquanto o marido foi ao banco retirar parte do dinheiro, Mércia, que era cardíaca, passou mal e morreu. O autor da ligação usou o script e a atitude clássica dos especialistas em extorsão por telefone: depois de dizer que o filho de Mércia havia sido seqüestrado, deu início à série de ameaças, pressões e insultos que caracteriza esse tipo de diálogo (veja trechos de conversas interceptadas pela polícia entre um membro de quadrilha especializada em disque-seqüestro e suas vítimas).

O disque-seqüestro teve origem na Penitenciária Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos, no Rio, há cinco anos. Em sua versão primitiva, presos convenciam as vítimas de que elas haviam sido sorteadas em promoções de empresas. Para receber supostos prêmios, como TVs e DVDs, elas deveriam comprar cartões telefônicos de celulares pré-pagos e repassar os códigos para seus interlocutores. O objetivo dos detentos, até então, era apenas manter os celulares em atividade para que pudessem continuar se comunicando com familiares e parentes ou administrando eventuais "negócios" fora da cadeia. A Coordenadoria de Inteligência do Sistema Penitenciário (Cispen) do Rio de Janeiro apurou que, em menos de seis meses, o bando da Carlos Tinoco lesou mais de 1.500 moradores das regiões Sul e Sudeste do país. Hoje, mais de 90% das ligações de disque-seqüestro continuam partindo do interior de presídios – a maior parte deles localizados no Rio. Para conseguir os números das vítimas, os presos se valem de listas telefônicas, agendas de telefones celulares roubados e números anotados atrás de cheques igualmente roubados. Além da Carlos Tinoco, as cadeias mais ativas são o complexo de Bangu e o presídio Evaristo de Moraes. Delas se irradia grande parte dos golpes aplicados no país.

Atualmente, são três as modalidades de disque-seqüestro em circulação:
• O bandido se faz passar por bombeiro ou policial rodoviário. Depois de "informar" a vítima sobre a ocorrência de um acidente, sugere que uma das pessoas "gravemente machucadas" pode ser seu parente. O golpista aproveita-se do nervosismo de seu interlocutor para extrair dele informações como nome e características de um filho ou cônjuge que esteja na rua àquela hora. Nesse momento, o bombeiro se transforma em seqüestrador e passa a ameaçar a vítima.

• Ao atender o telefone, normalmente de madrugada, a vítima ouve uma voz chorosa pedindo
socorro. "Mãe" ou "pai", diz a voz, "eles me pegaram". Em geral, a pessoa, na tentativa de se certificar se é seu filho (ou filha) que está falando, acaba revelando seu nome. Imediatamente, o bandido entra na linha e anuncia o seqüestro.

• O bandido diz que foi contratado por um inimigo da vítima para seqüestrá-la e matá-la. Em seguida, diz que, mediante o pagamento de uma determinada quantia, pode contar-lhe quem é o mandante do crime e desistir de cometê-lo.

Embora os roteiros inventados pelos bandidos possam parecer pouco críveis, um surpreendente número de pessoas termina enganado por eles. Estudo feito pelo Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), em conjunto com a Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, mostra que 20,5% das vítimas abordadas pelos golpistas acreditam na história dos bandidos e pagam o "resgate". "A capacidade de manipulação dos criminosos é tamanha que, recentemente, a polícia recebeu queixas de famílias inteiras que se hospedaram em hotéis por imposição dos bandidos", diz Youssef Abou Chahin, diretor do Deic. Depois de anunciar o falso seqüestro de um parente, os criminosos ordenam que os familiares se dirijam a um hotel sob o argumento de que precisam se certificar de que ninguém entrará em contato com policiais. No hotel, a família é orientada a usar apenas o aparelho telefônico do quarto. Só então os bandidos dão início à negociação do resgate do parente supostamente seqüestrado. Há poucas semanas, policiais de São Paulo tiveram a notícia de que um colega, da Polícia Civil, pagara 15.000 reais a uma quadrilha de disque-seqüestro. O policial não só conhecia o golpe como já havia socorrido amigos que foram vítimas dele. Ainda assim, sucumbiu.

Há duas explicações para o fato de pessoas experientes e bem-informadas caírem no golpe. A primeira é que, por menos plausível que pareça a conversa dos bandidos, para uma enorme parcela dos brasileiros ela está longe de soar como ficção. Seqüestros – relâmpago ou de cativeiro – representam, para os moradores das cidades grandes, um pesadelo real. Embora o número de ocorrências do gênero tenha caído 60% em São Paulo e 70% no Rio desde 2002, o crime continua fazendo vítimas. Na capital paulista, no ano passado, 1 148 pessoas foram vítimas de seqüestros do tipo relâmpago e 62 foram levadas para cativeiros. Na última quarta-feira, a polícia desmontou uma quadrilha de dez seqüestradores que agia no interior do estado. Em dezembro do ano passado, ela seqüestrou um empresário do ramo de artigos para escritório. Pego em uma chácara em Caucaia do Alto (a 50 quilômetros de São Paulo), ele ficou seis dias em poder do bando e foi libertado depois do pagamento do resgate. A polícia acredita que esse foi o terceiro seqüestro da quadrilha. Uma das integrantes do bando era a professora Miriam José Gomes, de 38 anos. Até 2004, ela dava aulas para crianças em uma escola pública em Cotia.
A outra explicação tem origem na tortura psicológica imposta pelos bandidos. Eles afirmam às vítimas estar de posse de seus filhos ou, então, cônjuges. "São as pessoas com quem temos laços afetivos mais profundos", diz o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e coordenador do Grupo Operativo de Resgate da Integridade Psíquica (Gorip). "A possibilidade de perdê-los faz com que as pessoas entrem no que, cientificamente, chamamos de estreitamento do campo de consciência", afirma. O estado de desorganização mental que se segue a uma notícia de acidente ou seqüestro do filho ou cônjuge, diz o psiquiatra, faz com que a vítima entre em um estado de "quase-hipnose". VEJA teve acesso a interceptações telefônicas, feitas pela polícia do Rio entre novembro de 2006 e janeiro de 2007 (ouça as gravações), com conversas entre um membro de uma quadrilha de falsos seqüestradores e suas vítimas. Em um dos diálogos gravados, ouve-se uma voz, evidentemente masculina, dizendo aos prantos: "Mãe, fui assaltado". A mulher que atende – talvez por ter uma filha, e não um filho – ignora o fato de a voz ser de um homem e diz: "Foi assaltada?". Logo em seguida, diz o nome da filha – que é tudo o que o bandido do outro lado da linha queria saber.

"Quase todas as informações que esses criminosos usam para intimidar as vítimas foram fornecidas por elas mesmas", afirma o delegado Wagner Giudice, diretor da Divisão Anti-Seqüestro da Polícia Civil de São Paulo. O empresário A.F., que caiu no golpe na última terça-feira, confirma a tese do delegado. "Fiquei tão nervoso que acabei contando para o bandido não só o nome da minha filha como o endereço da minha casa, todos os números dos meus telefones e o modelo dos meus carros", diz.

O psiquiatra Paulo Argarate, professor de psicologia forense do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, lista alguns outros truques usados pelos golpistas do disque-seqüestro: "Eles falam rápido para confundir as vítimas, ligam de madrugada, quando as pessoas estão com a capacidade de discernimento alterada, e falam na terceira pessoa do plural, de maneira a mostrar que não estão agindo sós". Mais persuasivo do que os truques dos bandidos, no entanto, afirma o psiquiatra Ferreira-Santos, é o ambiente de violência em que vivem os brasileiros que habitam as metrópoles. Num cotidiano assaltado por barbáries como o assassinato do menino João Hélio, arrastado até a morte por bandidos, e de Vinícius de Oliveira, queimado vivo com seus pais dentro de um carro, o medo permanente tornou-se um componente da vida das pessoas. "O clima de insegurança é tamanho que ficamos todos esperando que chegue a nossa hora: a nossa vez, ou a de nossos parentes, de ser seqüestrados, assaltados. Quando recebemos um telefonema desses, poucos de nós agimos racionalmente. Só pensamos: pronto, aconteceu." É o Brasil de joelhos diante do crime.
Com reportagem de Wanderley Preite Sobrinho

"Eu me sinto uma idiota"
"Estava saindo de casa para trabalhar quando o telefone de casa tocou. A ligação era do Rio e a história, a mesma: primeiro, minha irmã havia sofrido um acidente. Depois, o acidente virou um seqüestro. "Quanto você tem aí, agora?', a voz perguntou. Na hora, fiquei tão apavorada imaginando que minha irmã pudesse estar em um cativeiro, machucada, que não me passou pela cabeça ligar para ela. Disse que tinha uns 400 reais na conta. O bandido disse que eu deveria sacar o valor e comprar tudo em cartões telefônicos. Pedi ao meu irmão menor que estava em casa que fizesse a operação e continuei pendurada ao telefone com o desgraçado. Meu irmão trouxe os cartões e, enquanto eu passava os números para o bandido, minha mãe chegou para o almoço. Ao saber o que estava acontecendo, pegou o celular e ligou para minha irmã, que atendeu. Eu estava tão fora de mim que, mesmo sabendo que minha irmã estava bem, continuei a passar os códigos dos cartões. Quando terminei, o homem disse: 'Agora vou soltar a sua irmã'. E eu já sabia que ela estava bem! Até hoje, quando falo disso, me sinto uma idiota. Depois desse episódio, recebi dois outros telefonemas parecidos. Num deles, um homem disse que havia seqüestrado minha filha. Como não tenho filha, não pensei duas vezes: xinguei e bati o telefone na cara dele. "
ROBERTA RIBEIRO TORRES - 27 anos, designer (SP)

"Ouvia choros e soluços ao fundo"
"Eu havia acabado de abrir a minha farmácia quando o telefone tocou. Uma voz de homem disse que havia acontecido um acidente de trânsito e perguntou se eu tinha uma filha que dirigia. Disse que sim. Ele começou a fazer uma série de perguntas – o nome dela, a marca do carro – e eu, nervoso, respondia a tudo. Só pensava que ela poderia estar esmagada debaixo de um caminhão. Nesse momento, uma segunda pessoa entrou na linha e disse que, na verdade, minha filha havia sido vítima de um seqüestro. Perguntou se eu estava disposto a pagar o resgate. Eu concordei na hora: estava aliviado por saber que minha filha não estava morta. O sujeito exigiu que eu fosse a uma agência da Caixa fazer um depósito de 1 000 reais e avisou que eu não poderia desligar o celular em nenhum momento. Às vezes, eu ouvia choros e soluços ao fundo, e pensava que era minha filha. Fiz o depósito e ele, então, pediu que eu fosse a um shopping comprar créditos de cartão para uso em celular. Comecei a desconfiar. No shopping, procurei uma balconista e escrevi uma mensagem para ela, pedindo que ligasse para minha casa e chamasse minha filha. Quando ela veio ao telefone, interrompi a conversa com o bandido. Foi como se eu tivesse despertado de um sonho."
R., 55 anos, farmacêutico (RS)

"Tenho medo da vingança do bandido"
"Às 7 da manhã, o telefone tocou e minha mulher atendeu. Em seguida, virou-se para mim e disse: 'Seqüestraram a Luciana*'. O bandido escutou o nome dela. Foi a deixa para que começasse a nos torturar. Dizia que, se não lhe déssemos 100 000 reais, ele balearia minha filha e atearia fogo ao corpo. Minha mulher desmaiou, o terror piorou. Ele perguntou meu endereço e eu dei. Quantos e quais carros eu tinha, e eu falei também. O nervosismo era tanto que eu ia entregando tudo. Pensei em ligar para minha filha, mas o bandido dizia que, se o celular dela tocasse, ele a mataria. Enquanto isso, meu filho acordou e, ao ver o que se passava, ligou para a polícia e depois para a irmã. Constatou que ela estava bem e colocou o fone no meu ouvido para que eu a ouvisse. Mas, mesmo ouvindo a voz da minha filha, não acreditava que era ela. Cheguei a perguntar seu RG e o nome dos nossos cachorros, enquanto tapava o bocal do outro telefone para que o bandido não escutasse. A polícia chegou em casa nesse momento. Orientou-nos a aceitar marcar um lugar para a entrega do dinheiro e prendeu a pessoa que foi apanhar o pacote. Mesmo depois dessa prisão, continuo devastado. Os outros bandidos sabem onde fica nossa casa. Tenho medo que queiram se vingar."
A.F., 60 anos, microempresário (SP)

"AQUI É O TENENTE DOUGLAS"
– Boa noite, senhora, aqui é o tenente Douglas, da Polícia Militar. É que ocorreu um acidente com alguém que disse que é um familiar seu. Uma das pessoas fortemente acidentadas, após passar o seu número, acabou desmaiando (...)
A senhora tem esposo, filho na cidade?
– Qual o nome da pessoa?
– Estou pedindo a ajuda da senhora porque a pessoa tá inconsciente...
– É Lídia.
– Lídia? (...) É ela mesmo.
– Ela tá viva?
– Tá viva. Na verdade, não foi acidentada, ela tá com a gente, foi vítima de um seqüestro. Se a senhora tentar chamar o seu marido, ou desligar o telefone, a gente vai tocar fogo na sua filha viva! É isso que a senhora quer?
– Não, por favor!
Trecho de conversa telefônica interceptada pela polícia do Rio de Janeiro

"ME AJUDA, MÃE"
(Voz de homem, chorando)– Mãe, mãe!
– Hein?
– Eu fui assaltado! Me ajuda, mãe!
– Foi assaltada?
– Fui!
– Quem é?
– Sou eu, mãe.
– Fernanda?
– É!
(Outra voz de homem) – Alô, minha senhora, a Fernanda se encontra com a gente. Preste muita atenção no que eu vou falar pra senhora.
(Chorando) – Ai, meu Deus, não faz isso!
– Calma, que tem conversa. Fica tranqüila que eu vou passar pra senhora tudo o que está acontecendo. A Fernanda se encontrava no lugar errado e na hora errada. A senhora não ponha a polícia envolvida no meio. Quem está junto com a senhora em casa aí? Eu tô ouvindo voz! Não bota ninguém! Se o telefone dela tocar aqui e se envolver a polícia no meio, a Fernanda morre!
Trecho de conversa telefônica interceptada pela polícia do Rio de Janeiro

"OS CARAS ME PEGARAM"
(Voz de homem, chorando)
– Mãe, mãe... Pelo amor de Deus, fala comigo!
– (...) Como é que a gente vai saber onde você está? Tem que perguntar a alguém aí, Rodrigo!
– Eu não conheço este lugar... Os caras me pegaram aqui na rua...
– (...) Chama o homem aí!
(Outra voz de homem) – Alô?
– Quem está falando?
– Eu não posso falar quem está falando. Houve pânico, correria, a polícia perseguiu a gente e esse rapaz veio baleado de raspão na perna.
– Ele está onde?
– A senhora já viu seqüestrador informar onde é o cativeiro? Você vai ter seu filho com vida, mas se fizer o que eu mandar, entendeu?
Trecho de conversa telefônica interceptada pela polícia do Rio de Janeiro

"QUERO 30 000 REAIS"
– Meu filho, eu não tenho muito dinheiro...
– Então vamos negociar dentro do que a senhora tem.
– Eu não tenho, eu sou aposentada, eu tive câncer...
– Vai ter de negociar comigo. A vida dele vale mais do que o quê?
– O que é que você quer?
– Eu quero 30 000 reais.
– Ah, meu filho, 30 000 reais eu não tenho!
– Quanto tem abaixo disso?
– Eu tenho 2, 3 000...
– Tá na mão?
– Não, eu tenho de arrumar...
– Ah, então ele morre!
– Onde você vai me entregar ele?
– A gente vai marcar em praça pública. É homem de palavra com quem a senhora está falando.
– Eu posso arrumar 2 000 reais. Eu tenho de arrumar, é coisa de duas horas, três horas.
Trecho de conversa telefônica interceptada pela polícia do Rio de Janeiro


10 MANEIRAS PARA EVITAR CAIR NO GOLPE

1. Conheça os "scripts" mais comuns. Embora varie nos detalhes, a história dos golpistas é sempre a mesma. Acompanhe as notícias sobre os golpes para se manter informado sobre as novas versões (veja os mais comuns na pág. 40)

2. Não receba ligações a cobrarSe o interlocutor for desconhecido, desligue. Policiais e bombeiros não telefonam para informar sobre acidentes (a tarefa cabe aos hospitais) nem, muito menos, ligam a cobrar

3. Não ajude o bandido dando-lhe informações
– "Sua filha sofreu um acidente."
– "A Fernanda? O que aconteceu com a Fernanda?"
O nervosismo faz com que muita gente, sem perceber, acabe passando aos bandidos informações que serão usadas para pressioná-las. Em nenhuma hipótese revele nomes de parentes a desconhecidos ao telefone

4. Tire os adesivos do carroAdesivos com o nome da academia de ginástica ou da faculdade, assim como placas que reproduzem o apelido dos motoristas (BIA, LEO etc.) e páginas no Orkut são preciosas fontes de informação para os bandidos. Evite e peça aos seus filhos para evitar

5. Oriente também os idososTanto ou mais do que crianças e empregadas, são as pessoas idosas da família as mais vulneráveis à manipulação dos bandidos. Muitas vezes, por se sentirem sozinhas, elas podem prolongar conversas com desconhecidos e acabar por municiar criminosos

6. Pare para raciocinarO pânico diante da possibilidade de um parente estar acidentado ou seqüestrado faz com que muitas pessoas deixem de tomar atitudes óbvias, como checar se a informação é verdadeira. Segundo a polícia, freqüentemente as vítimas deixam de ligar para o suposto seqüestrado não porque são impedidas de fazê-lo, mas porque a idéia não lhes ocorre

7. Desobedeça ao bandidoLigue para o suposto seqüestrado ainda que o bandido diga para não fazê-lo. Se conseguir contato, o caso está resolvido. Se não, tente um amigo ou parente dele. A hipótese de um seqüestrador real fazer essa ameaça é remota – bandidos não vão matar a vítima, e perder seu trunfo, só porque o celular dela tocou

8. Desconfie de ligações longasSegundo estatísticas da polícia, 90% dos primeiros contatos telefônicos feitos por seqüestradores reais duram menos de um minuto. Por temerem ser rastreados, eles nunca fazem ligações longas

9. Duvide do choro das vítimasApelos chorosos de supostos seqüestrados têm sido usados com freqüência pelos golpistas. A polícia sabe que raramente seqüestradores de verdade telefonam do mesmo lugar em que está a vítima. Sabem que podem ser rastreados e ter o cativeiro descoberto

10. Dê queixa na políciaSe você cair no golpe, não deixe de prestar queixa na polícia. De posse de informações como o número de origem da chamada criminosa ou o número da conta em que o "resgate" foi depositado, a polícia pode identificar o criminoso e evitar que mais pessoas sejam vítimas dele

Fontes: delegados Youssef Abou Chahin, diretor do Deic, e Wagner Giudice, diretor da Divisão Anti-Seqüestro (DAS)