Instituto Akatu

Transportes são responsáveis por 90% da poluição em SP
Por Conrado Loiola/Instituto Akatu
Na região metropolitana de São Paulo, 90% da poluição atmosférica é provocada pela emissão de gases veiculares, segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Além das complicações no sistema respiratório que a poluição do ar pode causar, os gases veiculares são os grandes responsáveis pelo aquecimento global. Nos grandes centros urbanos do País, o problema é potencializado pela concentração de veículos e ausência de ventos causada pelas edificações, mas, mesmo ali, o consumidor consciente tem a oportunidade, por meio de escolhas individuais, de reverter esse quadro.
Caso seja realmente necessário o transporte por carro, combinar carona entre pessoas que fazem o mesmo trajeto é uma alternativa agradável, que reduz o número de carros na pista e estende os princípios do consumo consciente a mais pessoas. Para se ter uma idéia, o espaço ocupado pelo ônibus para transportar 50 pessoas é de 54m², ao passo que, para o mesmo número de pessoas, o espaço ocupado pelos carros é de 267m².
Conforme o Relatório de Qualidade do Ar no Estado de São Paulo, produzido pela Cetesb a partir de dados de 2005, os veículos foram responsáveis pelo despejo na atmosfera de 1,41 milhão de toneladas de Monóxido de Carbono (CO), 343 mil toneladas de hidrocarbonetos (HC), 307 mil toneladas de óxidos de Nitrogênio (NOx), 11 mil toneladas de partículas resultantes da combustão e 5 mil toneladas de óxidos de enxofre (SOx). Todos fazem mal à saúde humana e ao meio ambiente, podendo provocar, dependendo do caso, queda de resistência a infecções e doenças respiratórias, morte prematura, contaminação de solos e danos à vegetação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente, 1,5 milhão de pessoas morrem no mundo em função de doenças respiratórias que podem ser atribuídas à queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel).
O sistema público de saúde fica onerado, necessitando de mais investimentos em uma situação que poderia ser diferente se, por exemplo, ao invés de usar o carro todos os dias, as pessoas adotassem uma maior utilização de transportes públicos (ônibus e trens) ou bicicleta.
Para se ter um idéia do benefício dessa atitude consciente, o carro na garagem por um dia por semana deixa de emitir 440 quilos por ano de gás carbônico na atmosfera (considerando um trajeto de 20 quilômetros). O gás carbônico é o principal causador do aquecimento global. Fazer o trajeto a pé, além de evitar o consumo de combustíveis fósseis (à base de petróleo, recurso natural não-renovável e escasso), também faz bem para a saúde e o meio ambiente.
Família paulistana adota bicicleta no dia-a-dia
Por Conrado Loiola/Instituto Akatu
O paulistano Eduardo Ramires é uma fera dos pedais - foi o único brasileiro a conquistar um título de campeão mundial de mountain bike (ciclismo de montanha). Na cidade, porém, tem gente que deixa ele para trás: "Minha mulher usa a bicicleta até mais do que eu". O casal Ramires, mais a filha de 11 anos, são exemplo de que é possível, sim, adotar o hábito saudável de substituir o carro pela bicicleta.
O dia-a-dia da família Ramires é feito sobre duas rodas. Todos os dias, Eduardo vai ao trabalho de bicicleta. A opção por deixar o carro na garagem - que só é usado para compras ou trajetos longos - traz uma economia mensal de 50% em gastos com combustível. O tempo também é um aliado do ciclista: "Quando vou ao centro da cidade de bicicleta gasto cerca de 20 minutos, metade do tempo que levaria de carro."
Saúde
"Andar de bicicleta é um remédio", diz Eduardo, que é só elogios para a atividade. "A pessoa que toma muitos remédios deixa de precisar deles quando começa a andar de bicicleta. Faz bem pra saúde, para o organismo, para a cabeça. É uma higiene mental".
Eduardo também é diretor de uma associação de praticantes do esporte, a Sampa Bikers, e diz que o número pessoas que se interessam pelos benefícios trazidos pela prática do ciclismo tem crescido nos últimos anos, especialmente entre as mulheres. "Aqui na Sampa Bikers nós temos um cadastro com mais de 15 mil nomes, mesmo com pouca divulgação e sem muita ajuda do governo".
Segundo Ramires, porém, uma cidade como São Paulo ainda apresenta alguns problemas para o tráfego de bicicletas nas ruas. "Tem poucas ciclovias e os órgãos responsáveis pelo controle do tráfego não facilitam a presença das bicicletas nas ruas". O consumidor consciente pode cobrar dos políticos a adoção de medidas que viabilizem este meio de transporte, pois trata-se também de um problema de saúde pública.
Eu tenho feito minha parte, utilizando a bicicleta cada vez mais, inclusive hoje foi a primeira vez que vim até o trabalho de bike em dias consecutivos. Estava com receio de perder um pouco do fôlego após aquela semana sem usar a bike, mas não percebi nenhuma diferença no rendimento das pedaladas.
Ah, ontem passei por um caminho diferente para vir ao trabalho, de bike, e peguei uma rua estreita que estava MUITO congestionada. Foi legal deixar aquela fiiiila de carros para trás, por vários quarteirões! Hehehehe. Quem sabe algum dos motoristas ou passageiros, me vendo, tenha ficado interessado em utilizar uma bicicleta em seus deslocamentos.
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